Alecrim (Folha)

2.209.70

Origem: Portugal

Nome Científico: Rosmarinus officinalis L.

Características: Estimulante do sistema nervoso e do cérebro. Reduz a flatulência, estimula o fígado e a vesícula e o fluxo biliar. Dores de cabeça, insónias, dores de garganta e mau hálito. É um hipertensor.

Limpar
REF: INF003 Categorias: , Etiqueta:

Descrição

História: Nas lendas cristãs, representa a Virgem Maria, a quem é suposto ter protegido durante a fuga para o Egipto. O alecrim foi trazido para a Europa pelos primeiros monges cristãos, tornando-se muito popular nos jardins dos conventos, onde era já utilizado para fins medicinais. Era igualmente colocado nos armários para afastar as traças e queimado nos quartos para purificar o espaço em que tinham dormido pessoas doentes.

O alecrim está associado a cerimónias fúnebres desde o tempo dos egípcios, que dele se serviam para embalsamar os corpos. Na Antiguidade, colocavam-se nas mãos dos mortos raminhos de alecrim, que simbolizavam a imortalidade da alma e queimava-se durante os rituais e as celebrações religiosas. Em muitos cortejos fúnebres, é ainda hoje comum, os acompanhantes levarem ramos de alecrim, que os pousam na mão do defunto ou lançam por cima da sepultura.

No Império Romano, enfeitavam-se com alecrim as imagens dos espíritos protectores da casa e da família. Em abril, quando se celebrava a festa dos pastores e a fundação de Roma, era hábito queimar alecrim para perfumar os fontanários, os bosques e os rebanhos sagrados.

Durante a Peste Negra, que assolou a Europa no século XIII, defumavam-se morgues e hospitais com alecrim, cujo fumo actuava como desinfectante e purificante do ambiente.

Os estudantes gregos entrelaçavam rebentos de alecrim antes dos exames para reforçar as suas capacidades mentais. Tanto na Grécia como em Roma, era utilizado em casamentos e em funerais para coroar os convidados de honra. Na Europa era símbolo de devoção eterna e é usado ainda hoje na lapela do noivo e na grinalda da noiva.

Os médicos árabes serviam-se dele para ajudar os pacientes a recuperar a fala perdida na sequência de ataques cardíacos. Na China actual, é indicado para combater as insónias e a fadiga.

O nome da famosa Água da Hungria, cujo principal ingrediente é o alecrim, deve-se ao facto de a rainha Isabel da Hungria, septuagenária e muito doente, ter recuperado a saúde e rejuvenescido, graças a uma mistura que ela própria preparava, juntando alecrim, alfazema e poejo.

Constituintes e  Propriedades: Não existem dúvidas quanto à eficácia do alecrim como estimulante do sistema nervoso e do cérebro, dado que melhora a circulação cerebral, a concentração e memória. Deve tomar-se uma chávena de chá de manhã em jejum e mais duas ou três ao longo do dia para poder sentir os benefícios passadas uma ou duas semanas. Por ser um estimulante da circulação cerebral, aumenta o fluxo de sangue no couro cabeludo, sendo muito eficaz no combate à queda do cabelo, em forma de infusão e em uso interno ou externo. Através de massagens nas raízes capilares, fortalece o seu crescimento. Usa-se também para reduzir problemas de flatulência, bem como para estimular o fígado e a vesícula, visto que aumenta o fluxo de bílis. É igualmente útil no tratamento da anemia.

Além disso, alivia dores de cabeça, insónias, fadiga crónica e ajuda em estados convalescentes. Auxilia o sistema digestivo, combate a tensão pré-menstrual, as dores de garganta, o mau hálito (por ser antibacteriano e antifúngico) e o cansaço e dores musculares. Pode ser utilizado no tratamento da epilepsia e das vertigens. Em infusão, é particularmente benéfico, quando usado contra a hipotensão arterial, os desmaios e a fraqueza associada à má circulação sanguínea.

Culinária: O alecrim é muito apreciado no tempero de carnes, mas também em diversos outros pratos, como, por exemplo, sopa de tomate ou beringelas recheadas, as quais podem ser decoradas com as pequenas flores deste arbusto. O alecrim dá um excelente paladar à maioria das receitas de massa e de vegetais.

Pode ainda colocar as suas folhas e/ou flores frescas ou secas – embora seja sempre preferível usar a planta fresca e acabada de colher – num frasco com vinagre, que depois poderá utilizar para temperar.

Cosmética: O alecrim é muito utilizado no fabrico de champôs, sendo estes extremamente úteis para fortalecer e estimular o couro cabeludo. Em casa, pode colocar folhas e flores de alecrim em vinagre, que depois usará para enxaguar o cabelo, tornando-o mais forte, brilhante e macio.

Não se preocupe, o cheiro a vinagre não permanece no cabelo. Pode ainda fabricar a sua própria loção de massagem da mesma forma, colocando num frasco de azeite, alecrim fresco ou seco. Mais tarde, aplique o azeite externamente para aliviar dores reumáticas e estimular a circulação.

Deve acrescentar-se que se recorre ao alecrim no fabrico de sabonetes e de cremes de beleza.

Precauções: As grávidas não devem consumir alecrim, nem pessoas hipertensas.

Utilização/Infusão: 4 colheres de chá para 1 litro de água fervida e deixar repousar cerca 5 a 10 min. Deve beber 1 chávena em jejum e 3 ao longo do dia.

Bibliografia: BOTELHO, Fernanda. “Uma mão cheia de plantas que curam”. Dinalivro, 2015

Informação adicional

Peso N/A