Funcho (Sementes)

2.009.20

Origem: Egito

Nome Científico: Foeniculum vulgare

Características: Clorofila, cálcio, potássio. É um antiespasmódico e antibacteriano. Trata problemas do aparelho digestivo: flatulência, dores abdominais, digestões difíceis, mau hálito, diarreias e hemorróidas.

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Descrição

História: Ingrediente ainda hoje considerado essencial e extremamente apreciado nas cozinhas tradicionais de diversos países, o funcho era já conhecido pelos antigos egípcios, gregos, romanos e árabes, que a ele recorriam para fins medicinais e culinários. Os fenícios, por exemplo, aquando das celebrações do solstício de verão, rodeavam a imagem do deus Adónis com vasos de Foeniculum vulgare para invocar a chuva. Na Grécia clássica, os atletas comiam as sementes desta planta para controlar o peso e conservar a saúde. E a própria batalha de Maratona, famoso embate entre gregos e persas ocorrido em 490 a.C., foi travada num campo de funcho, porque se acreditava que ele daria coragem aos guerreiros. Foram vários os médicos e botânicos célebres da Antiguidade, como Hipócrates e Dioscórides, que fizeram referência ao F. vulgare nos seus escritos. Na Idade Média, a planta expandiu-se pela Europa de Carlos Magno, que ordenou o seu cultivo em todos os jardins reais. Nesse período, o funcho era igualmente plantado nos jardins do mosteiros e das igrejas não só para refrescar o ar, mas também para afastar a bruxaria e o mau-olhado. As sementes, por seu lado, eram – e ainda o são atualmente – mastigadas durante os jejuns da Quaresma para enganar a fome. E em Cuba, o F. vulgare continua a fazer parte dos rituais iniciáticos da santeria.

Constituintes e  Propriedades: O funcho contém resina, clorofila, metilo, ácido anísico, vitaminas e minerais, nomeadamente cálcio e potássio. Encerra ainda flavonoides, incluindo rutina, bem como óleos essenciais fixos, sendo que um deles, o anetol, é responsável pelo aroma forte da planta. Antiespasmódico e anti bacteriano, o F. vulgare é sobretudo usado para tratar problemas do aparelho digestivo: flatulência, dores abdominais, digestões difíceis, mau hálito, inflamação do intestino, vómitos, enjoos matinais, diarreia e hemorroidas. Útil para aliviar as cólicas nos bebés, consegue neutralizar as toxinas da carne e ajuda-nos a digerir os pratos que incluem peixes gordos. Devido à sua ação diurética, é eficaz contra a artrite e as pedras na bexiga. Constitui igualmente um bom expectorante benéfico contra a tosse, o catarro, a rouquidão e alguns tipos de asma. Sob a forma de compressas, combate a conjuntivite e a vista cansada e inchada. Além disso, estimula a produção de leite materno, reduzindo as dores menstruais.

Curiosidades: As cobras esfregam-se no funcho durante a mudança de pele, para os seus olhos opacos e leitosos recuperarem o brilho.

Utilização/Infusão: 4 colheres de chá para 1 litro de água fervida e deixar repousar cerca 5 a 10 minutos.

Bibliografia: BOTELHO, Fernanda. “Uma mão cheia de plantas que curam”. Dinalivro, 2015

Informação adicional

Peso N/A