Descrição
História: Tal como grande parte das plantas, a pervinca encontra-se associada a histórias de bruxaria e de magia. Assim, no século IV ou V, o Herbarium de Pseudo Apuleio aconselha o uso da pervinca contra doenças do diabo e as possessões demoníacas, bem como contra as serpentes e os animais selvagens. Não será por acaso que, no folclore britânico, a planta seja conhecida por devil’s joy (prazer do demónio) ou sorcerer’s violet (violetas das feiticeiras).
Na idade Média, a Vinca era considerada a flor dos poetas e dos feiticeiros, que dela se serviam na composição de filtros de amor. A sua contemplação era também recomendada com o objectivo de acalmar a vista cansada e de melhorar a memória. Mais tarde, em 1554, o botânico e médico naturopata italiano Pier Andrea Mattioli atribui à pervinca, propriedades medicinais, indicando-a contra as hemorragias nasais.
Constituintes e Propriedades: Rico em vitamina C, possui uma ação antiespasmódica, hipotensora e vasodilatador cerebral e coronária. É utilizada contra as perturbações circulatórias cerebrais, até porque os flavonoides lhe conferem propriedades tónicas venosas e ao nível da microcirculação. Trata vertigens, enxaquecas, perdas de memoria e fragilidade capilar. Para além de secar o leite materno, estanca as hemorragias do útero, da boca e do ânus, podendo ser útil, sob a forma de gargarejos, para combater as anginas. É também recomendada contra a anemia e mesmo em alguns casos de leucemia, porque reduz os globos brancos.
Precauções: A evitar durante a gravidez e o aleitamento.
Infusão: 4 colheres de chá para 1 litro de água fervida e deixar repousar cerca 8 a 10 minutos.
Bibliografia: BOTELHO, Fernanda. “Uma mão cheia de plantas que curam”. Dinalivro, 2015