Descrição
História: Conhecida e frequentemente usada na Antiguidade, a tanchagem recebeu do próprio Alexandre, o Grande, a designação “governante-dos-caminhos”, porque os mesmos eram, regra geral, ladeados por inúmeros exemplares desta espécie.
O médico e botânico grego Dioscórides atribui diversas propriedades medicinais ao Plantago que era utilizado pelos anglo-saxões para curar uma enorme variedade de doenças. Aliás, aos olhos deste povo germânico, a tanchagem era uma das nove plantas sagradas. Na Índia, o Plantago é ainda hoje cultivado em grande escala com o objetivo de se recolherem as suas sementes, com as quais se combate a disenteria, bem como outros problemas intestinais.
Constituintes e Propriedades: Além de conter vários ácidos gordos: linoleico, oleico e palmítico, a tanchagem inclui glicósidos, alcaloides, potássio e ácido salicilico. Trata-se de um bom antibiótico, anti-inflamatório, calmante e diurético, exercendo uma acção fortificante ao nível dos vasos capilares. Devido a um alto teor em mucilagem (cerca de 30%), apresenta um forte efeito expectorante e, em virtude do seu ácido sílico, ajuda também a revigorar os pulmões. Não surpreende, por isso, que sob a forma de infusão consiga combater a bronquite, o catarro e outras patologias do sistema respiratório.
No âmbito do aparelho digestivo, as aplicações medicinais da tanchagem, são inúmeras, porque a planta possui simultaneamente propriedades laxativas e antidiarreicas, que contribuem para o equilíbrio do funcionamento dos intestinos tratando, por exemplo, de modo eficiente e suave os diversos problemas intestinais das crianças. Útil contra a diarreia e a cistite graças à sua acção adstringente, o psílio é igualmente eficaz contra a síndrome do cólon irritável, muito por conta da quantidade de mucilagem que encerra. As cascas das suas semenetes e as próprias sementes possuem uma enorme variedade de usos terapêuticos. Por um lado, acalmam e protegem todo o trato gastrointestinal, sendo benéficas contra as úlceras duodenais e gástricas, bem como contra as patologias digestivas provocadas pela acidez. Por outro lado, combatem as hemorróidas, porque amolecem as fezes e reduzem a irritação das veias danificadas. Resta acrescentar que o líquido gelatinoso produzido pela imersão do psílio em água tem a capacidade de absorver as toxinas do intestino grosso.
Devido à sílica e aos taninos presentes na sua composição, a tanchagem diminui as varizes quando aplicada sob a forma de compressas. Aliás, seja em compressas, em cataplasmas ou em tisanas, o Plantago apresenta um efeito anti-inflamatório sobre diversas partes do corpo: para desinflamar as articulações e aliviar as dores reumáticas, aplique compressas das folhas; e para tratar as dores e inflamações dos ouvidos, insira neles tampões ou compressas feitos a partir da mesma parte da planta. Quando colocadas sobre a testa, as folhas frescas reduzem a febre e, depois de esmagadas, estancam as hemorragias e curam as picadas de insectos, se as passar sobre a pele afetada. Além disso, drenam furúnculos e outras impurezas. Para este efeito, tem duas alternativas: aplicar diretamente as folhas ou fazer cataplasmas, mergulhando as folhas ou as sementes numa tisana de calêndula. Por fim, deve-se ainda mencionar a eficácia da tanchagem no tratamento de contusões e de entorses.
Infusão: 4 colheres de chá para 1 litro de água fervida e deixar repousar cerca 5 a 10 minutos.
Bibliografia: BOTELHO, Fernanda. “Uma mão cheia de plantas que curam”. Dinalivro, 2015
